Dia Mundial do Rim: Terapêutica Domiciliária permite diminuir a disparidade no acesso dos doentes renais aos cuidados de saúde
Sintra -
• Em Portugal, mais de 750 doentes fazem diálise peritoneal no domicílio, dos quais 180 beneficiam atualmente de telemonitorização;
• Terapêutica domiciliária permite ao doente manter a sua qualidade de vida, com uma gestão mais proativa da doença e índices mais elevados de adesão à terapêutica
Lisboa, 14 de março de 2019 – “Saúde Renal para Todos em Qualquer Lugar” é o mote do Dia Mundial do Rim, que se assinala hoje, 14 de março. O lema deste ano pretende alertar para a importância de eliminar barreiras geográficas com destaque para a prevenção e diagnóstico atempado, assim como para a necessidade de tornar universal o acesso a um melhor acompanhamento e tratamento da doença renal crónica (DRC). Em Portugal, cerca de cerca de 200 doentes fazem atualmente diálise peritoneal no domicílio com monitorização remota, num projeto que se estende a 15 hospitais do país, e que permite garantir que estes doentes, independentemente do local onde vivem, têm acesso a um tratamento individualizado com vigilância médica e de enfermagem diárias.
A Doença Renal Crónica (DRC) afeta cerca de 850 milhões de pessoas e é a 6.ª causa de morte mais comum em todo o mundo, de acordo com os dados da Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN). A falta de acesso ao tratamento e a cuidados de saúde adequados continua a ser uma realidade em alguns países e regiões menos favorecidas, contribuindo para uma maior prevalência e uma progressão mais rápida da doença renal crónica, com necessidade precoce de terapêutica de substituição renal, o que se traduz em consequências na qualidade de vida do doente e dos seus familiares.
A diálise peritoneal com telemonitorização permite ao doente realizar o tratamento enquanto dorme ou faz tarefas simples, gerindo o seu tempo e a sua rotina diária.
“Diminuir a carga da DRC só é possível se todos os doentes, independentemente do sítio onde vivem, idade ou condição socioeconómica, tiverem acesso aos melhores cuidados de saúde, a um tratamento adequado e acompanhamento permanente por parte do seu médico nefrologista”, lembra Ana Vila Lobos, médica nefrologista e Diretora do Serviço de Nefrologia do Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT).
“A diálise peritoneal com telemonitorização vai mais longe pois ao tornar ubíquo um tratamento domiciliário em termos de vigilância contínua da equipa de saúde, a equidade no tratamento fica assegurada quer o doente viva ao lado do hospital ou a 150 Km do mesmo”, acrescenta a especialista.
Filipe Granjo Paias, Country Lead da Baxter Portugal, companhia líder em cuidados renais, responsável pelo desenvolvimento da plataforma de telemonitorização em diálise peritoneal, lembra que “atualmente, a monitorização remota possibilita o tratamento domiciliário a mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo, em mais de 40 países de quatro continentes. Isto torna real o nosso compromisso com a cada vez maior equidade no acesso aos cuidados de saúde e com a sustentabilidade e eficiência das unidades do Serviço Nacional de Saúde”.
Esta tecnologia bidirecional permite à equipa de cuidados de saúde monitorizar e gerir remotamente a terapêutica a partir do hospital, incluindo a possibilidade de ajustar a prescrição de modo a otimizar a terapêutica sem a necessidade de o doente ir ao Hospital com tanta frequência. Esta monitorização da terapêutica no domicílio permite também agir de forma atempada em caso de dúvidas sobre o tratamento. Ao doente, permite-lhe ainda saber que a sua adesão ao tratamento está a ser avaliada, tornando-o mais consciente da importância dessa adesão e criando condições para obter ganhos em saúde.